Na
nossa prática pedagógica, nas maiorias das escolas, inúmeras
vezes só nós falamos, impedindo que os alunos se comuniquem, mantendo-os
em silêncio.Nós educadores,detentores do saber,somos os donos da
verdade. E os alunos "páginas em branco",precisam ficar quietos,somente
ouvindo e copiando o que foi passado no quadro,mesmo que nada estejam
entendendo. E depois, a resposta certa é passada para que
confiram/copiem. Impedimos
assim que tenham oportunidade de aprender a raciocinar por si mesmos
para que
pensando apenas no que queremos que pensem, não descubram que é preciso
aprender
não somente o que o professor tem o “poder” de mostrar, mas ver além das
coisas
concretas.Aquele raro aluno que aprendeu a pensar e consegue ver além
dos textos pobres das cartilhas,como por exemplo "Ivo viu a uva" e
descobre que por trás da uva existe um profissional que cultiva,colhe
para os patrões ganhando às vezes salário de fome e questiona, quer
saber mais sobre isto, qual o contexto,se tem sentido ou não, é rotulado
de indisciplinado, aluno problema ou maluquinho que deve ser punido ou
receber tratamento neurológico. E o aluno que descobriu um dos problemas
da escola e por isso é rotulado de problemático, acaba se acomodando a
ver somente o que é mostrado.
Acreditando que somente o que é mostrado é verdadeiro e que não é
preciso raciocinar,
porque sempre alguém faz isto por ele, se acomoda na vida medíocre sem
esperança de possibilidade de crescimento.
E
assim o principal objetivo da educação de qualidade social que é formar
cidadãos críticos,participativos capazes de compreender claramente e
transformar a realidade não é atingido.
Como
educadora, penso que é importantíssimo repensar a nossa prática
pedagógica constantemente e como avó,ou família de aluno, que é preciso
acompanhar e questionar a educação que está sendo transmitida para
nossas crianças. É o tipo de educação que pensamos para elas? É este o
mundo que esperamos que construam com criatividade para viver ou
preferimos que passem o resto de suas vidas, concordando, copiando,
assimilando e repetindo o que lhes é transmitido na escola, na sociedade
ou pela mídia?
Terezinha das Graças de Souza Couto- Psicopedagoga.Fonte: Publicado em Minhas Joias Preferidas .
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