
O ingresso na
escola infantil é um marco na vida da criança, pois exige dela uma adaptação a
um novo contexto. A criança redimensiona seus padrões de relação, seus
comportamentos, suas concepções de mundo, após a sua entrada na escola. Para a
família, esse início de escolarização também representa uma grande mudança,
sendo um desafio que pais e mães têm de enfrentar. É um momento delicado e
importante, já que a família se sente ambivalente tanto para estimular a
autonomia da criança, quanto para confiar na Instituição.
Geralmente é
difícil para pais e mães colocarem seus filhos pequenos numa escola. A
separação com a criança é vivida com ansiedade, devido a sensação de estar
abandonando-a. Existe, assim, um sentimento de culpa por deixar os filhos com
desconhecidos, que está presente muitas vezes como um fantasma, não expresso
claramente, mas sentido profundamente por pais e mães. Apesar de a Educação
infantil ter um bom conceito atualmente em nossa sociedade, ainda há
insegurança e relutância por parte das famílias em colocar seu filho na escola.
(OLIVEIRA, 2001).
Brazelton
(1994) acredita que "pais amorosos e responsáveis vão ficar aflitos por
terem de deixar a criança com outra pessoa" (p.537). Isso pode gerar
sentimentos de competitividade com as pessoas que cuidam do filho. Por isso,
família e escola devem ter um relacionamento próximo, para que a família não se
sinta excluída da relação da criança com seus educadores.
De acordo com Oliveira (2001), um relacionamento positivo entre educadores e
famílias é algo a ser constantemente conquistado, sendo que nos primeiros
contatos das famílias e das crianças com a escola, aqueles que trabalham nela
devem procurar propiciar um clima favorável e tranquilo. As próprias crianças
sentem-se mais seguras quando há este vínculo positivo entre os pais e a
instituição escolar.
Com certeza, a escola tem uma missão crucial
neste momento de adaptação, pois deve, a cada novo aluno, redimensionar suas
práticas, a fim de bem atender a ele e a sua família.
Muitas vezes torna-se
complicado para o educador lidar com toda a carga emocional existente nesse
tipo de situação. Por outro lado, é fundamental que ele possa oferecer um
ambiente emocional adequado para ocorrer a adaptação, preparando o grupo, a
sala de aula e a si mesmo para a entrada de um novo membro.
REFERÊNCIAS
- BRAZELTON, T. Berry. Momentos decisivos do desenvolvimento infantil. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
- OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos de, et al. Creches : crianças, faz-de-conta e cia. Rio de Janeiro: Vozes, 2001.
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